Fundação Calouste Gulbenkian[imagem do edifício central]
sobre a revista
os directores · ficha técnica

Criada em 1959, tendo como primeiros directores Reynaldo dos Santos, Hernâni Cidade e Bernardo Marques, a Colóquio, Revista de Artes e Letras publicou 61 números até ao final de 1970. Depois do falecimento de Bernardo Marques em 1962, a orientação gráfica da revista foi confiada, entre os n.os 21 e 41, a Vespeira, e, do n.o 42 para diante, a Fernando de Azevedo. Em 1970, ano que corresponde aos seus últimos números, a direcção artística da publicação é partilhada por Reynaldo dos Santos ─ que desaparece nesse ano ─ e José-Augusto França, enquanto na direcção literária, a par do nome de Hernâni Cidade, passa a figurar o de Jacinto do Prado Coelho.

Mais do que enunciar um programa editorial, o texto que abre a série, "Primeiro Colóquio", oferece-se como uma carta de intenções, na qual, para além de a publicação se afirmar como «pautada pelas directivas essenciais de todas as actividades da Fundação», se vê, «sem dependências de escolas, de sectarismos ou de proselitismos», como «um espelho da sociedade do nosso tempo», onde poderão conviver «velhos e novos, antigos e modernos, conservadores e reformadores, tradicionalistas e inovadores», desde que animados pelos mesmos propósitos de «tolerância, paz, mútuo e recíproco respeito».

A intenção de abertura, tolerância, diversidade, não-especialização, acompanhamento da actualidade e vinculação aos aspectos precursores e universalistas do espírito português reflecte-se, desde logo, quer no vastíssimo leque de matérias tratadas, quer no número e diversidade dos colaboradores portugueses e estrangeiros acolhidos pela revista. Pode dizer-se que a Colóquio se dedicou, tanto no âmbito nacional quanto no internacional, do ponto de vista histórico e numa perspectiva actual, à inventariação, descrição, análise, investigação e divulgação de matérias respeitantes, no campo das artes, à arquitectura, à pintura, à escultura, às artes decorativas, à música, ao teatro, ao bailado, ao cinema e, no das letras, à literatura, à história, à filosofia e às respectivas teorizações.