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N.º 214, Set.-Dez. 2023 – António Osório / Gastão CruzPor Revista Colóquio/Letras, publicado em 11.9.2023 na secção Notícias A celebração conjunta de António Osório e de Gastão Cruz neste número da Colóquio/Letras,
além de contribuir para recordar dois poetas que ganharam uma presença
incontestável na nossa contemporaneidade, justifica-se pela atenção que
ambos prestaram à palavra como objeto luminoso e perene. António
Osório celebra a paisagem e a cultura mediterrânicas — de que a sua
Arrábida, cenário da obra de outros grandes poetas como Agostinho da
Cruz e Sebastião da Gama, é o expoente final —, esculpindo com inteira
precisão uma poesia solar que tem no passado de Grécia e de Roma um dos
seus eixos, e dele trazendo para o presente essa “luz fraterna” que o
associa ao humanismo tão necessário nos dias de hoje. Gastão
Cruz foi buscar ao Algarve uma relação com esse espaço onde cresceu e
que se reflete nos seus versos — como mostra o belo texto de Isabel Cruz
—, contraponto, de algum modo, à influência da poesia inglesa que,
nele, se manifesta na economia vocabular e na exatidão que sempre
procurou imprimir à sua escrita. O centenário
de Natália Correia é assinalado com um poema de Olinda Beja em sua
homenagem: e que melhor forma de o fazer senão nessa linguagem poética
que era o seu modo de estar na vida e lhe permitiu afrontar situações
que a puseram em risco, quer quando desafiou a censura do regime
salazarista com a sua Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica,
quer quando, já em democracia, defendeu a liberdade e causas ligadas ao
direito das mulheres a disporem do seu corpo, como na questão do
aborto. |
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